Todas as palavras gregas para culto significam trabalho, serviço prestado a um superior,
serviço prestado a Deus. Culto, portanto, como ficou definido, é um serviço que se presta a Deus.
Muitos, modernamente, entendem que culto é “invocação da divindade”, para que o Deus invocado se coloque a serviço dos invocadores. Outros pensam que culto é uma festa espiritual com o objetivo de alegrar os fiéis. Quanto mais festivo, mais “espiritual” é o culto, pensam os ludinistas. Os idólatras acham que culto é veneração e adoração do divino consubstanciado ou materializado em ícones, que lhes servem de símbolos e objetos de fé. Há os que revivem os cultos orgíacos do paganismo grecoromano.
Outros ressuscitam o dualismo persa da luta do deus do bem contra o deus do mal, do Espírito
Santo contra o espírito satânico. A doutrina do satanismo versus divinismo substitui a pessoa do pregador pela do exorcista; e o culto se transforma numa batalha entre Deus e Satã. Alguns, não poucos, entendem que culto é uma reunião de pedintes de bênçãos espirituais e materiais, mais estas que aquelas.
Os que mais pedem são os que menos servem. Numerosos hoje, a maioria inconscientemente,
transformam o culto numa sessão ordenatória e de cobrança na qual o homem poderoso, supercrente, pela fé positiva e pela palavra autoritativa, exige do Criador respostas unicamente positivas às suas petições e lhe cobra os direitos que, na qualidade de filho, possui por criação e por natureza. É osuserano comandando o Soberano. Crença absurda, mas popularíssima entre os carismáticos “prosperistas”.
No espaço sagrado, uma propriedade exclusiva de Deus, onde o culto se realizava em Israel, não havia lugar para “manifestações demoníacas”, pois aí Deus se manifestava, e exclusivamente ele, não como escravo dos adoradores, mas como Senhor soberano e absoluto em santidade, sabedoria, grandeza, bondade, justiça e poder.
Os principais termos conotadores e denotadores do culto são:
01 - Douleo:
Serviço escravo do “doulos”, sem qualquer direito pessoal, trabalhista, salarial; e mais, sem livre arbítrio. O escravo e sua produção pertenciam ao seu senhor. Tudo que um escravo faz é para
riqueza e glória de seu senhor. O crente é “doulos” de Deus, um cultuador, portanto.
02 - Therapeuo:
Serviço voluntário, sem remuneração; geralmente exercido na área carita-tiva ou no serviço
público, mas sempre de cunho social. O “therapeuta” era livre para “doar” o seu trabalho como
expressão de amor fraternal e comunitário.
03 - Hypereteo:
Serviço de remador; remar como escravo sob comando imperativo do administrador da embarcação. Era um trabalho de ação sincronizada, conforme o grito de cadenciamento do dirigente.
O “hyperetês” era um dentre vários, mas seu trabalho sincrônico compunha a força conjunta de maneira indispensável. O navegar do barco na velocidade ideal e na direção proposta dependia da união e do esforço harmônico de todos.
04 - Diaconeo:
Serviço fundamentado unicamente no amor, na consagração, na abnegação. Diácono é aquele que serve sem esperar qualquer tipo de retorno como recompensa, reconhecimento, gratidão.
Serve-se, movido pelo amor ao próximo, jamais por venalidade, publicidade ou ostentação.
05 - Leitourgeo:
“Leitourgeo” vem de “laos”, povo, e “ergon”, trabalho; o que se faz em benefício da comunidade. Significa, portanto, prestação de serviço público, nobre ou não, tanto no palácio real como no templo. “Leitourgos”, no âmbito religioso, era quem se dedicava exclusivamente ao serviço do templo quer na ordem cerimonial e ritual quer na manutenção e administração do imóvel, dos
móveis e dos objetos consagrados a Deus e destinados ao culto.
06 - Latreuo - Latreia:
Serviço sacerdotal, o que oferece sacrifício a Deus, o que promove intermediação religiosa, o que se oferta em adoração. “Latreia” sofreu conotações diferentes em decorrência do uso que dela faz o romanismo. O culto romano divide-se em três modos de adoração: “Hiperdulia”, o culto que se
presta a Deus e ao “Santíssimo Sacramento”, especialmente à hóstia que, pela transubstanciação divinizase e se vitaliza, igualando-se a Deus, merecendo a mesma honra. A hóstia deificada é também chamada de “Corpus Christi”, corpo de Cristo. “Dulia” ( de doulos ) é o culto prestado à Virgem Maria. Por esta ordem se vê que a Virgem ocupa o segundo lugar na hierarquia divina, uma semideusa. “Latria”, culto que se presta aos santos. A palavra “latria” vem de “latron”, salário. Era, portanto, originalmente, trabalho assalariado, não escravo.
Todo trabalho do cristão, no templo ou fora dele, realizado com dedicação, eficiência e
consagração, é culto ao Criador e Salvador. A adoração é filha da mordomia.
"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo." Salomão
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Culto, uma realização do Espírito
Culto: Serviço prestado a Deus pelo salvo e pela comunidade em todas as atividades vitais
e existenciais. Servir é a condição essencial do servo. No primeiro caso, trata-se da atividade constante
do real servidor de Deus, que o serve de dia e de noite com sua vida, testemunho, profissão e adoração.
No segundo, tem-se em vista a liturgia comunitária, a adoração dos irmãos congregados, o ser e a voz
da Igreja.
É pelo Espírito que a Igreja afirma que “Cristo é Senhor”. Sem ele tal confissão de fé
verdadeiramente não se pronuncia: “Ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo (I
Co 12.3b). A distintiva sabedoria de conhecer e proclamar a Palavra de Deus, no sacerdócio universal
de todos os crentes, vem do Espírito Santo (I Co 12.8), isto é, os dons da pregação, da profecia (I Co
14.3) e do ensino (Rm 12.7; Ef 4.11,12). O Espírito, por meio do culto, trabalha o aperfeiçoamento dos
santos, pois a liturgia contém os instrumentos necessários para isso: “Reconhecimento da presente
glória de Deus, confissão, perdão, adoração, louvor, dedicação, consagração, intercessão, ensino, proclamação,
comunhão. O convencimento do incrédulo é obra do Espírito (I Co 14.24,25; Jo 16.8-11).
Ao profeta, isto é, ao pregador compete pregar sempre.
A adoração verdadeira é produzida pelo Espírito Santo (Fp 3.3 cf Jo 4.24; Rm 8.26,27; I
Co 14.15; Ef 6.18; Jd 20). A hinologia de que Deus se agrada vem do Espírito, inspirador da letra e da
música (I Co 14.2,25; Ef 5.19). É também o Espírito que nos leva a Cristo e este nos coloca em
comunhão com o Pai (Ef 2.28). Por outro lado, o amor que nos vincula a Deus e nos une aos irmãos é
dádiva de Cristo mediante o Espírito (Rm 5.5 cf I Co 13). Deus organiza o culto cristão, como fez no
Velho Testamento, e o executa por meio de sua Igreja instrumentalizada pelo Espírito. No culto pagão,
o homem estabelece as normas de adoração de seus deuses e as pratica, sempre conforme os seus
interesses, satisfações e desejos. O culto bíblico é instituição divina. E Deus o criou e o organizou para
que o homem o satisfaça. O culto deve ser agradável a Deus, não ao homem (Rm 12.1.2). Este só
experimenta a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, quando oferece a ele a totalidade de sua
vida, corpo-espírito (Rm 12.2). Isto se dá de duas maneiras: Pela negação de si mesmo: pela consagração
de si mesmo (Lc 9.23-27).
Todo trabalho do cristão, no templo ou fora dele, realizado com dedicação, eficiência e
consagração, é culto ao Criador e Salvador. A adoração é filha da mordomia.
e existenciais. Servir é a condição essencial do servo. No primeiro caso, trata-se da atividade constante
do real servidor de Deus, que o serve de dia e de noite com sua vida, testemunho, profissão e adoração.
No segundo, tem-se em vista a liturgia comunitária, a adoração dos irmãos congregados, o ser e a voz
da Igreja.
É pelo Espírito que a Igreja afirma que “Cristo é Senhor”. Sem ele tal confissão de fé
verdadeiramente não se pronuncia: “Ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo (I
Co 12.3b). A distintiva sabedoria de conhecer e proclamar a Palavra de Deus, no sacerdócio universal
de todos os crentes, vem do Espírito Santo (I Co 12.8), isto é, os dons da pregação, da profecia (I Co
14.3) e do ensino (Rm 12.7; Ef 4.11,12). O Espírito, por meio do culto, trabalha o aperfeiçoamento dos
santos, pois a liturgia contém os instrumentos necessários para isso: “Reconhecimento da presente
glória de Deus, confissão, perdão, adoração, louvor, dedicação, consagração, intercessão, ensino, proclamação,
comunhão. O convencimento do incrédulo é obra do Espírito (I Co 14.24,25; Jo 16.8-11).
Ao profeta, isto é, ao pregador compete pregar sempre.
A adoração verdadeira é produzida pelo Espírito Santo (Fp 3.3 cf Jo 4.24; Rm 8.26,27; I
Co 14.15; Ef 6.18; Jd 20). A hinologia de que Deus se agrada vem do Espírito, inspirador da letra e da
música (I Co 14.2,25; Ef 5.19). É também o Espírito que nos leva a Cristo e este nos coloca em
comunhão com o Pai (Ef 2.28). Por outro lado, o amor que nos vincula a Deus e nos une aos irmãos é
dádiva de Cristo mediante o Espírito (Rm 5.5 cf I Co 13). Deus organiza o culto cristão, como fez no
Velho Testamento, e o executa por meio de sua Igreja instrumentalizada pelo Espírito. No culto pagão,
o homem estabelece as normas de adoração de seus deuses e as pratica, sempre conforme os seus
interesses, satisfações e desejos. O culto bíblico é instituição divina. E Deus o criou e o organizou para
que o homem o satisfaça. O culto deve ser agradável a Deus, não ao homem (Rm 12.1.2). Este só
experimenta a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, quando oferece a ele a totalidade de sua
vida, corpo-espírito (Rm 12.2). Isto se dá de duas maneiras: Pela negação de si mesmo: pela consagração
de si mesmo (Lc 9.23-27).
Todo trabalho do cristão, no templo ou fora dele, realizado com dedicação, eficiência e
consagração, é culto ao Criador e Salvador. A adoração é filha da mordomia.
Assinar:
Postagens (Atom)