quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O Cristão e a Ecologia

Só uma breve reflexão sobre o assunto e segue uma gama de versículos que orienta o cristão a ter uma atitude de preservação ecologicamente correta da natureza.

O pensamento ecológico é próximo do pensamento cristão de irmandade, vê toda a vida na Terra como uma teia interligada e interdependente. Tanto ecólogos quanto cristãos se preocupam com uma vida digna para si e para seus semelhantes.

O pensamento ecológico prevê um mundo em paz, com uma justa divisão de oportunidades e de acesso aos recursos ambientais, prevê o fim da miséria. A Convenção da Biodiversidade reconhece que os países industrializados auferiram as vantagens de apropriar os recursos ambientais dos países pobres, e que agora é preciso mecanismos para reverter o quadro e elevar a participação dos países pobres na divisão.

Os principais documentos que representam o pensamento ecológico, a Carta da Terra, a Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade e o Protocolo de Kioto (além de inúmeros outros acordos internacionais) são baseados nos mesmos princípios – de que não podemos agora degradar o meio ambiente comprometendo a qualidade de vida (ou mesmo a sobrevivência) das gerações futuras.

Também está prevista a estabilização do tamanho da população no Planeta, de forma a equilibrar o uso dos recursos naturais e a preservação do ambiente.

O ponto de partida de qualquer discussão cristã sobre ecologia deve ser o conceito bíblico de Deus como Criador. De acordo com Gênesis 1, o universo como um todo, e em especial a terra, agraciada com o maravilhoso dom da vida, é obra das sábias e poderosas mãos de Deus (ver Sl 136.3-9; Pv 8.22-31). A natureza, em toda a sua complexidade e beleza, testifica sobre a grandeza e a bondade do Criador (Dt 33.13-16; Sl 104.10-24,27-30). São muitas as passagens bíblicas, algumas de grande sublimidade poética, que visam inculcar nas pessoas uma atitude de respeito e admiração pelos encantos do mundo natural (Jó 40.15-19; Sl 65.9-13; 147.7-9,15-18; 148.1-10; Ct 2.11-13; At 14.17). Nos seus ensinos, Jesus fez muitas referências à natureza para exemplificar o cuidado providente de Deus (Mt 6.26,28; 13.31-32; Lc 12.6). Nos anúncios proféticos do novo tempo que Deus irá criar, as referências ao mundo natural ocupam um lugar de grande destaque (Is 11.6-8; Ez 47.7,12; Ap 22.1-2).

Ainda que Deus tenha feito o ser humano como o coroamento da sua obra criadora, ele não lhe conferiu o direito de abusar da terra e de seus recursos. Fica implícita em toda a Escritura a responsabilidade humana de cuidar e guardar do “jardim do Senhor” (Gn 2.15). O conceito de mordomia se aplica de modo especial nessa área – a terra e suas riquezas pertencem a Deus, que as confia ao homem para que as administre com cuidado e sabedoria. O pecado humano gerou alienação em relação a Deus e à natureza. Por isso agora a criação “geme e suporta angústias” até que seja “redimida do cativeiro da corrupção” (Rm 8.21-22). Os cristãos têm o dever inescapável de utilizar criteriosamente as coisas que Deus criou com o propósito de dar-lhes vida, sustento e alegria.

Mas qual a responsabilidade do cristão com relação a ecologia?

Apenas para fundamentarmos a necessidade e urgência de uma crítica cristã com relação ao descaso com o meio ambiente citamos Gênesis 1.24-31

A CRIAÇÃO DOS SERES VIVOS

24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.

25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.

29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.

30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.

31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

Aqui há um exemplo claro da harmonia e do desejo de Deus que o homem dominasse e mantivesse a terra de forma que está lhe desse o sustento, quando estou abusando dos recursos naturais, usando da natureza de forma com que ela se desequilibre e não possa mais fornecer a manutenção da vida estou em pecado, ou seja estou errando o alvo, em desacordo com o desejo de Deus.

PB. Gilson Araújo